Fazendo Emergir A Alma Do Profeta Jonas
Então, Chaim Vital, jaz à morte, conseguiu se arrastar daquele túmulo no qual o espírito maligno o havia lançado até a casa do mestre, o Sagrado Leão de Safed e, com o que lhe restava de força, bateu-lhe à porta suspirando por seu auxilio. O Leão o tomou e o colocou na cama e saiu para invocar o Santo, bendito seja Ele. Depois de algum tempo, ele voltou e estendeu-se sobre o corpo de Vital, mãos com mãos, pés com pés e sua boca sobre a boca dele e novamente se levantou e saiu.
Depois de algum tempo dedicado novamente às preces, ele voltou e se estendeu novamente sobre o corpo de Chaim Vital, cuja alma pendia no poço obscuro envolta em trevas e lançada à depressão e, mais uma vez, se levando e saiu com preces emanando de seus lábios sagrados para, depois, novamente e pela última vez, deitar-se sobre o corpo de seu querido aluno que jazia quase morto sobre a cama.
Era manhã quando o Arizal encontrou Vital à sua porta suspirando seus últimos fôlegos de vida. Por volta do meio dia, depois que ele se deitou sobre seu aluno por três vezes, a anima de Vital se libertou do poço profundo onde fora lançada por aquele espírito que o havia possuído e começou a retornar ao seu corpo e, quando seu corpo já havia ganhado alguma força, Vital abriu os lábios e recitou "Baruch atá Adoshem, mechayêh ha'metim (Bendito sejas Tu, ó Altíssimo, que ressuscitas os mortos)".
Isso aconteceu com Vital para que a alma de Jonas, o profeta, que estava anexada à sua alma emergisse como no passado, conforme foi escrito: "Então se estendeu Elias sobre o menino três vezes, e clamou a Adonair, e disse: Ó Adonai meu Elohê, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele (1 Reis 17:21)".
Aquele menino, o filho da mulher de Shunem era Jonas e que, mais tarde se tornaria o Profeta enviado a Nínivêh para conduzi-la à teshuváh (retorno à Torah). Assim, o Arizal, que em seu seio repousava o Profeta Elias, ressuscitou novamente a Jonas, trazendo-o de volta à vida. Era o ano de 1572.
Esta compreensão profunda e este maravilhoso mistério me foram revelados ontem enquanto eu traduzia e estudava os escritos do Rabino Chaim Vital, abençoada seja sua lembrança, e eu sei que foi a alma do meu mestre que soprou esta compreensão aos ouvidos da minha amina. Bendito seja o meu santo professor.
Quando Elias se deitou sobre o menino, o filho da shunamita, os 72 Nomes Sagrados impressos na sua alma saíram e mergulharam pela boca da criança e assim por mais duas vezes somando o total das 216 letras do Nome sagrado que pode retirar do poço das almas as centelhas caídas lá e, por isso, os sábios dizem que este nome é capaz de ressuscitar os mortos, pois a alma de uma pessoa caída no poço das almas está como morta, pois o poço é chamado de morte.
Assim também o Arizal fez com que as 216 letras do Nome Sagrado fluíssem do seu copro vindas da alma de Elias e mergulhassem pela boca de Chaim Vital, quebrando as torrentes da morte e libertando sua alma que é também a alma de Jonas, do poço da morte e o trazendo de volta à vida.
Autor
Bën Mähren Qadësh
Deepak Sankara Veda