Excerto Da Ficção Mística
CRÔNICAS DE QÉDEM
Ele fora encontrado nas profundezas áridas de um planeta orbitante da gigante azul Sigma Scorpii, nomeada na cartografia estelar por Al Nyat . Os místicos da Escola de Mistérios a chamam de Avir Nistar – O Sopro Do Oculto – ou simplesmente “A’n”. O templo artrópode apareceu nos e scanners de varredura quando a luz de Al Nyat o iluminou.
Os expedicionários que o descobriram faziam parte de um grupo de arqueólogos esotéricos do chamado Qibbütz 474. Compreenderem posteriormente que, o Akrav de pedra fora, na antiguidade, quarenta e quatro mil anos distantes no passado, a Catedral do povo alienígena de D’rash – o artrópode humanoide remanescente dos Evenim Yodêa há’Erev Briáh – Pedras do Conhecimento do Crepúsculo da Criação. Sua edificação fora datada milênios antes da descoberta do Templo de Vênus Sabra, o rubi estelar pendente no colar de Omicron Akrav , onde o sarcófago de D’rash fora descoberto e desde de que ele revelara a origem de seu povo e contara a Nachimânides sobre as vinte e seis Pedras do Conhecimento, que os arqueólogos procuravam por elas. Souberam pelos lábios do ser artrópode, que todos os segredos da criação estavam codificados naquelas vinte e seis estelas gravados no idioma antigo que D’rash chamou de “Lisan Even’i – O Idioma do Alfabeto Oculto do Criador.
Os estudiosos de mistérios que acompanharam os expedicionários do Qibbutz 474, Criptólogos de Elióra, desvendaram que o Even’i era um acrônimo para “Alef-Beis Yodêa Nistar – O Alfabeto Escondido do Conhecimento”.
O Alef-Beis Nistar
O ALFABETO OCULTO
A gigantesca basílica artrópode possui quarenta e duas câmaras com vinte e seis subcâmaras cada uma. Na cabeça da edificação de pedra os arqueólogos descobriram duzentos e dezesseis parlamentos contendo em cada um deles um altar com uma inscrição gravada em Even’i. Eram os aposentos dos duzentos e dezesseis membros da Assembléia parlamentar de Dovrat Nistar - o nome do árido gélido planeta, a joia maior orbitante do colar gravitacional da gigante fria Al Nyat, o qual apelidaram de Kaden-Da’a devido a uma planta roxa encontrada em um Jardim interior dentro do templo em uma câmara hermética e que ficou conhecida como Muscári da Sabedoria. Bio-luminescênte e repleta de bulbos dependurados em sua haste, ao todo, vinte e oito pequenos tetraedros, cada um contendo um líquido púrpuro luminoso que descobriram ser chamado Razin D’Orayita – Luzes de Mistérios – pequeninas sementes cintilantes encontradas dentro das câmaras das flores. Os primeiros que as viram as compararam com estrelas pulsares devido às suas cintilancias. Se descobriu, que o nome era devido às propriedades geriátricas iluminadoras do licor encontrado nas pequeninas pirâmides florídeas, setenta e duas qoren zeraím, e que era usado como veneno ampliador da consciência pelo povo de D’rash.
- Você já tinha visto dunas bioluminescêntes feitas de gelo Cholit? – Perguntou She’ül, um dos expedicionários ao seu perplexo companheiro de expedição.
- Por que elas emitem este brilho azul? – Questionou intrigado apontando para uma das cintilantes dunas.
- Dizem que os cristais de gelo pelos quais são formadas emitem a luz da criação e é por isso que são luminescentes – respondeu Cholit.
Uma inscrição em hieróglifo genético sobre uma Livnat Saphir que se descobriu, ter sido talhada de uma lasca do trono divino, no idioma de Kaden-Da’a, sequestrou a atenção dos Criptologistas de Elióra que levaram seis anos para decifrá-la.
A câmara onde foi encontrada esta estela azul, ficara lacrada durante mil duzentos e sessenta e seis anos. Foi Patách, o chefe do departamento de criptografia de Elióra quem descobriu que o segredo, para destrancar a sala secreta, estava no sabre de D’rash que fora dado a Nachimanides.
A inscrição dizia: “Da coroa do Rei brilham quatrocentos e vinte e seis cintilancias de Luz. Sua cidade possui trinta e duas avenidas, e para entrar nela cinquenta Portões estelares foram preparados. Setenta e duas pontes cruzam o rio que cerca o seu Palácio. Quarenta e duas colunas de fogo guardam as portas dos salões dos tesouros reais e somente o que conhece o segredo do Nome do Rei contendo seis palavras abrirá os mistérios das Estelas da Criação”.
Esta esfinge da Sabedoria ocupou os decifradores por muitos meses, até que, não conseguindo abrir está pirâmide mística, a enviaram a mim, Beniel bar Ayyub e eu a coloquei sobre a guarda de S’thur que como eu, fora iniciado na Escola de Mistérios de Qedêm, e foi ele quem decifrou o enigma.
- No sabre de D’rash há uma inscrição contendo doze letras que é a chave biogenética que abrirá a câmara – explicou Tzafën, o Criptólogo de Qedêm ao membros do 474.
Sobre a descoberta de Kadên-Da’a, fora o Delta Argos, um veleiro espacial fabricado em Avior, que o encontrara enquanto navegava os mares profundos da Constelação de Escorpião. O Argos fora construído para ser uma biblioteca esotérica com arquivos repletos de milhares de pergaminhos–filmes. Gal’enay fora o experiente timoneiro que conduziu o Argos pelas águas de Akrav sob as vozes dos navegantes que entoavam o poema de Yoach Kalach – o Anjo protetor criado por Niflá – o poeta músico-escrivão – também conhecido por trovador das estrelas.
Na cauda do Artrópode de Pedra os expedicionários encontraram uma necrópole sagrada contendo duzentos e setenta sarcófagos flutuantes levitando sobre um magnífico mar de luz. No centro deste oceano luminoso descobriam uma Cidadela flutuante cujas casas, edificadas em todos os bairros, possuíam um Escorpião fluorescente em cada porta. Os estudiosos de Elióra descobriram que era um leitor de palma, e de fato, somente através deste as portas se abririam. Já haviam desistido de entrar em qualquer casa quando, acidentalmente, um jovem arqueólogo do grupo chamado Liór, colocou instintivamente a palma da mão direita sobre um dos escorpiões fluorescentes nas portas. O leitor leu as linhas da mão do jovem e a porta se abriu. A curiosidade em descobrir como se dera este “milagre” conduziu os cientistas a uma incrível descoberta: Liór era um descendente do próprio D’rash, linhagem de sua primeira esposa, uma mulher de Elióra chamada Malka Livna. Sobre Liór e sua distante genealogia farei um relato em pergaminho-filme.
No sarcófago de D’rash havia uma inscrição gravada no idioma de Evenim Yodê’a, quatro palavras escritas com treze letras que transliteradas para o eberiano diziam: Chaf beit shomerei há’shesh rakavan. Os tradutores interpretaram como “22 segredos guardados por seis cavaleiros”.
Claramente havia nela um segredo sobre o sagrado Nome de 42 letras e que certamente seria decifrado pelos criptógrafos de Elióra.