Em Meguilat Esther 3, lemos: "Va'yassar ha'mélech et tabaetô, meal yadô, va'ytená, le'Haman Ben Hamedata ha'Agagi--tzorër ha'yehudim (י וַיָּסַר הַמֶּלֶךְ אֶת-טַבַּעְתּוֹ, מֵעַל יָדוֹ; וַיִּתְּנָהּ, לְהָמָן בֶּן-הַמְּדָתָא הָאֲגָגִי--צֹרֵר הַיְּהוּדִים.)". A tradução aproximada é: "Então tirou o rei o anel da sua mão, e o deu a Hamã, filho de Hamedata, o Agagi, inimigo dos judeus (Ester 3:10)".
O SEGREDO DAS 70 SEMANAS DE DANIEL
Há uma intrigante pergunta que deve ser feita aqui para este passuq (versículo) que é: Por que foi usada aqui uma palavra traduzida para inimigo/adversário que contem duas letras resh (ר)? A palavra "tzorër (צֹרֵר )" quando usualmente a palavra para inimigo que é "tzar (צר)" contem apenas uma letra resh? Por exemplo, a palavra para "tribulação/adversidade" é "tzará (צרה)". Qual é o segredo então? Para desvendá-lo temos que recorrer a outro texto do Tana'k, o do livro de Daniel:
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo (שָׁבֻעִים שִׁבְעִים נֶחְתַּךְ עַל-עַמְּךָ וְעַל-עִיר קָדְשֶׁךָ, לְכַלֵּא הַפֶּשַׁע ולחתם (וּלְהָתֵם) חטאות (חַטָּאת) וּלְכַפֵּר עָוֹן, וּלְהָבִיא, צֶדֶק עֹלָמִים; וְלַחְתֹּם חָזוֹן וְנָבִיא, וְלִמְשֹׁחַ קֹדֶשׁ קָדָשִׁים.)"
- Daniel 9:27.
Setenta semanas são um código para as setenta sefirot de "zeir anpin" e neste caso para as setenta sefirot do Adão das Qlipot onde as almas caíram e ficaram aprisionadas nas conchas e é por isto que a palavra para adversário usada em Esther contem duas letras resh somando o total de 490. Ora, setenta vezes sete é igual 490 e como se trata das sefirot são semanas de anos, pois cada uma das sete emanações da Árvore das Vidas é também da Árvore da Morte contém outras dez e assim, setenta vezes sete é igual a 490.
O adversário dos judeus, ou seja, das centelhas de almas caídas nas Qlipot são as conchas que aprisionaram as almas e por isto é usada a palavra "tzorër" que também significa "pacote, embrulho, amarração" pois as conchas mantém sobre seus domínios as almas como pérolas dentro de conchas.
Estas setenta vezes sete sefirot são chamadas de Exílio da Pérsia, Exílio da Grécia e o Exílio de Edom que é Roma e é por isto que ambas as narrativas acontecem na Pérsia e na Grécia, tanto a de Esther como a de Daniel. Quando os dois exílios da Pérsia e da Grécia terminaram, as centelhas foram devolvidas e como não haviam terminado a correção kármica, isto é, gravando com perfeição o Nome Sagrado, uma semana restou, isto é a sefirá malchut das Qlipot que é o domínio do exílio de Edom (Roma).
Uma confusão foi feita pelo cristianismo (Edom) estabelecendo que esta semana restante são apenas sete anos e que na verdade são as sete sefirot de malchut de Edom. Este segredo do exílio das almas nas Qlipot é também aludido no Tehilim 124, onde as centelhas clamam pelo auxílio divino enquanto presas nas conchas. Vejamos:
"Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, Eles então nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós (לוּלֵי יְהוָה, שֶׁהָיָה לָנוּ-- בְּקוּם עָלֵינוּ אָדָם. ג אֲזַי, חַיִּים בְּלָעוּנוּ-- בַּחֲרוֹת אַפָּם בָּנוּ.)".
Tehilim 124
A tradução é horrível e na verdade não diz "homens" mas "quando Adão se elevou sobre nós (בְּקוּם עָלֵינוּ אָדָם)". Este Adão é o outro Adão, o Adão Ha'rá (maligno) que é o Adão Belial, o Adão das Qlipot.
O problema foi que, quando as almas foram devolvidas do primeiro Exílio, o da Babilônia, elas foram devolvidas com defeito pois o nome sagrado não havia sido gravado adequadamente e perfeitamente e, então, foram devolvidas nos Exílios da Pérsia e Grécia (Zeir Anpin das Qlipót) onde também não completaram a Correção (Tikun) e então elas caíram dentro do Exílio de Edom (Malchut das Qlipót) que se estendeu e é o mais longo, pois dura até os dias de hoje.
CONCLUSÃO
Você poderá descobrir mais sobre esse mistério no meu Livro "O TENEBROSO SEGREDO DE MATRIX" à venda no Clube de Autores.
Autor
Dipankara Vedas
Bën Mähren Qadësh